O título deste post, é de um texto de
Manuel Castells.
A Internet é em todos os países democráticos, um instrumento essencial de expressão, informação e comunicação horizontal entre os cidadãos. Ela tem, com excepção das teocracias, uma grande importância tecnológica e económica, sendo usada em larga escala. Nos Estados Unidos, foi estabelecida a censura da Internet em 1996 e em 2000 devido à pornografia infantil. Mas mais do que bloquear a Internet, deve-se sim reprimir quem faz um uso indevido da rede.
Tecnicamente a Internet é uma arquitectura de liberdade e assenta numa tecnologia aberta, com o propósito deliberado de favorecer a livre comunicação global.
Já em relação aos hackers e aos crackers, devem ser estabelecidas diferenças importantes entre os dois. Os hackers são pessoas com conhecimentos técnicos informáticos e contribuem para a melhoria e desenvolvimento dos programas. Constituem-se como fontes essenciais da invenção e contínuo desenvolvimento da Internet. Já os crackers, situam-se nas margens da comunidade hacker e são temidos e criticados pela maioria dos hackers, pois perturbam processos informáticos. No fundo os crackers são marginais do mundo hacker.
A vulnerabilidade dos sistemas informáticos levanta uma crescente contradição entre segurança e liberdade na rede. Na Europa, vários governos e a Comissão Europeia tomaram diversas iniciativas reguladoras. Por exemplo, o Ministério da Ciência e Tecnologia do governo espanhol, elaborou um anteprojecto de lei de serviços da Sociedade da Informação, que foi difundido na Internet. Deu lugar a grande polémica, tanto na comunidade internauta espanhola, como mundial.
Por tudo isto, a encriptação constitui o principal campo de batalha tecnológico e social para a prevenção da liberdade na Internet. Nos Estados Unidos, a super secreta, National Security Agency (NSA), é a agência que a nível mundial dispõem de maior capacidade tecnológica de encriptação/deciframento.
Para concluir, actualmente a Internet precisa de liberdade para despoletar o seu extraordinário potencial de comunicação e de criatividade. Mas essa liberdade deve ser usada de forma consciente pelos cidadãos.